Negociado na bolsa de metais de Londres (LME), o metal está atualmente abaixo de US$ 14 mil por tonelada, depois de ter chegado perto de US$ 50 mil em 2007. Apenas neste ano, a cotação caiu 20%. Um patamar que torna o negócio rentável para a maioria das empresas, segundo analistas, é de ao menos US$ 22 mil ao ano.
No entanto, as perspectivas não são de recuperação do preço, ao menos em médio prazo. Com o aumento da oferta do metal no mundo, estimativas de analistas que acompanham o mercado apontam para um leve aumento do preço até o fim do ano que vem.
Na projeção do analista Stephen Briggs, do BNP Paribas, a tonelada do metal ficará em US$ 14.875 em 2014. Em relatório recente, ele destaca que o metal está em uma situação "séria" de superávit estrutural, ainda que existam riscos de redução de produção de companhias que não conseguirem se sustentar com os preços baixos. A projeção do Barclays é de US$ 14 mil por tonelada no ano que vem.
O aumento da produção chinesa é apontado como principal causa da queda do preço do níquel - e também de outros metais, como o alumínio. "A China está elevando em 23% sua produção de níquel neste ano e reduzindo suas importações. Com isso, os estoques globais estão aumentando bastante", afirma Bruno Rezende, analista da Tendências Consultoria.
O estouro da produção de ferro-gusa de níquel nos últimos anos ajuda a conter a alta do preço do metal. Vale, Anglo American e a própria VM manifestaram nos últimos meses preocupação com o produto. O ferro-gusa de níquel, apesar de ter propriedades inferiores, substitui o níquel em uma série de aplicações e é mais barato. "A produção do ferro-gusa de níquel saiu de praticamente do zero em 2005 para 150 mil toneladas em 2010 e quase 300 mil toneladas no ano passado", afirmou em entrevista concedida ao Valor em março deste ano Tito Martins, presidente da VM.
A Vale, segunda maior produtora global de níquel, apesar de citar a oscilação do preço do níquel como risco de seu negócio em relatórios, mantém o metal como um de seus prioritários. A empresa teve receita bruta de US$ 5,9 bilhões com as operações de níquel no ano passado, 8,5% do total.