Logística reversa, um termo bastante comentado, mas ainda pouco utilizado, é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Esta é a definição que faz parte da lei nº 12305 de 02 de Agosto de 2010.

Uma lei relativamente recente, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluído os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Esta lei institui a responsabilidade compartilhada e com ela, em casos de produtos considerados perigosos, a logística reversa, onde os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, são obrigados a recolher os resíduos e embalagens após a utilização dos produtos.

Os objetivos da logística reversa é o cuidado com o meio ambiente e com a saúde pública, desenvolvimento sustentável, aumento da utilização de produtos reclicáveis, melhoria continua nos processos produtivos a fim de reduzir a geração de resíduos e disposição adequada dos rejeitos. Muitas empresas, como parte do sistema ISO 14000, aplicam procedimentos logísticos que já incorporam esta prática.
Paralelamente, empresas de reciclagem, mesmo sem serem os fabricantes dos produtos, recolhem e reciclam os rejeitos das atividades industriais e comerciais, assim como, parte dos resíduos sólidos, descartados pelos consumidores finais. Este processo se desenvolveu e transformou em uma atividade econômica de valor social, gerador de trabalho e renda que promove a cidadania. Milhares de pessoas estão envolvidas e sustentam suas famílias com a renda desta atividade e como a reciclagem é a atividade que transforma o lixo em novos produtos, os ganhos estão nas duas pontas, isto é, o meio ambiente é poupado e o custo dos produtos é reduzido.

Por outro lado, o Brasil ainda recicla muito pouco do que é descartado pelos consumidores. Estatísticas mostram que os números vêm crescendo, mas somente 15%, de tudo que é jogado no lixo, é reciclado e apenas 20% dos municípios, brasileiros, tem algum sistema de coleta seletiva de lixo. A economia brasileira perde quase R$ 10 bilhões por ano por deixar de reciclar aquilo que poderia ser aproveitado e o meio ambiente recebe milhões de toneladas em seus lixões.


É importante que a população se conscientize e procure utilizar os mecanismos disponíveis em suas cidades e cobrem dos governantes, ações que facilitem e incentivem a coleta seletiva e a reciclagem.


By JRMarçal