O Brasil deve gerar aproximadamente 1,100 mil toneladas de
resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) pequenos em 2014, número que
deve aumentar para 1,247 mil toneladas em 2015.
A previsão é do estudo Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos
– Análise de Viabilidade Técnica e Econômica encomendado pela Secretaria de
Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (SDP/MDIC) e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI).
O levantamento ainda mostra que os 150 maiores municípios
brasileiros – a maioria nas regiões Sudeste e Sul – são responsáveis por
aproximadamente dois terços de todo o lixo eletroeletrônico que se estima seja
descartado no país.
Também há uma lista de iniciativas de coleta e reuso de REEE, um
levantamento do ciclo de vida dos eletroeletrônicos e o mapeamento do consumo,
por região e por tipo de produtos, de eletroeletrônicos em todo o país.
Substâncias tóxicas
O estudo avalia o custo de implantação do sistema e a divisão de
responsabilidades entre indústria, comércio, consumidores e governos federal,
estadual e municipal e norteará a implantação da política de reciclagem e
destinação adequada de resíduos eletroeletrônicos no país e, entre outros
pontos. Segundo o diretor de Competitividade da SDP, Alexandre Comin, este é o
primeiro levantamento desse tipo realizado pelo Governo Federal e vai facilitar
a definição de políticas de logística reversa para o segmento, conforme
determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010).
O diretor explica que a maioria dos REEE são compostos por
materiais, como plásticos, vidros e metais, que podem ser recuperados e
retornados como insumo para a indústria de transformação. Já as substâncias
tóxicas como chumbo, cádmio, mercúrio e berílio devem ter tratamento especial
porque podem causar danos ambientais e de saúde.
No levantamento, foram considerados como resíduos de
equipamentos eletroeletrônicos pequenos os aparelhos televisor/monitor,
LCD/plasma, DVD/VHS, produtos de áudio, desktop, notebooks, impressores,
celulares, batedeira, liquidificador, ferro elétrico, furadeira.
A cadeia produtiva de produtos e equipamentos eletroeletrônicos
é composta por: Linha Marrom - televisor tubo/monitor, televisor
plasma/LCD/monitor, DVD/VHS, produtos de áudio; Linha Verde - desktops,
notebooks, impressoras, aparelhos celulares; Linha Branca - geladeiras,
refrigeradores e congeladores, fogões, lava-roupas, ar-condicionado; e Linha
Azul – batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos e furadeiras.
Política Nacional de Resíduos Sólidos
A Política Nacional de Resíduos Sólidos disciplinou a gestão
integrada e o gerenciamento dos resíduos sólidos no país, sendo o sistema de
logística reversa, a responsabilidade compartilhada e a hierarquia de gestão -
não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos
e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos - os principais
destaques, e criou o Comitê Orientador para a Implementação de Sistemas de
Logística Reversa, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e integrado
também pelos Ministérios da Saúde, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Fazenda.
Cinco grupos temáticos de discussão para o descarte de resíduos
integram o comitê: medicamentos, embalagens, lâmpadas, embalagens de óleos
lubrificantes e eletroeletrônicos. Este último, instituído em maio de 2011, foi
coordenado pelo diretor de competitividade industrial do MDIC, Alexandre Comin.
Fonte: Portal Brasil